Nos últimos anos, assistimos a uma verdadeira revolução nas cozinhas domésticas com o surgimento das Airfryers, também conhecidas como fritadeiras de ar quente.
Estes aparelhos parece que vieram para mudar a maneira como preparamos nossas refeições, oferecendo uma alternativa mais saudável e conveniente à fritura tradicional em óleo e utilização de fornos tradicionais.
A fritura a ar começou a sua jornada rumo ao sucesso em 2010, quando a Philips, focada em tecnologia para saúde, lançou a primeira airfryer.
E de acordo com a Data Bridge Market Research, o mercado global de airfryers deve crescer 10,7% de 2021 a 2028.
A sua ascensão no estrelato na cozinha é principalmente graças a consumidores conscientes da saúde, calorias e interesse em refeições práticas e nutritivas.
“A fritura a ar tornou-se moda principalmente porque usa menos óleo (ou nenhum), do que seria utilizado ao fritar, mas mantendo um resultado “crocante” nos alimentos.
Mas nem todas as pessoas estão totalmente convencidas das vantagens das airfryers, defendendo inclusive que estas apresentas riscos para a saúde.
Como vamos ver, não é bem assim, e pode ser uma forma de confecionar os alimentos mais saudáveis que outros métodos mais utilizados
Como funcionam as fritadeiras a ar?
O princípio de funcionamento da Airfryer é baseado no processo de cozimento por convecção utilizando ar quente, tal como o forno. Porém, as airfryers são mais eficientes devido à maior circulação de ar num espaço geralmente mais pequeno, permitindo cozinhar mais rapidamente e com menores temperaturas.
- Criação de ar quente: Quando a Airfryer é ligada, o elemento de aquecimento interno é ativado, aquecendo o ar dentro da câmara de cozimento, de acordo com o programa selecionado (tempo e temperatura)
- Circulação de Ar: O ar aquecido circula rapidamente ao redor dos alimentos pelo ventilador interno da Airfryer. Este ventilador gera um fluxo de ar constante e potente que envolve completamente os alimentos, garantindo uma distribuição uniforme do calor.
- Cozimento por convecção: Durante o processo de convecção, o ar quente transfere calor para a superfície dos alimentos. A superfície dos alimentos aquece rapidamente, levando à formação de uma crosta crocante.
- Extração do excesso de gordura: Os alimentos ricos em gordura vão libertar o seu excesso para o fundo do aparelho, que se deverá descartar no final.
- Eliminação da humidade: À medida que os alimentos cozinham, a humidade presente na superfície é evaporada pelo ar quente. Isso ajuda a criar uma textura crocante por fora, mantendo a humidade e o sabor por dentro.
O resultado é geralmente uma refeição deliciosa, crocante por fora e suculenta por dentro, sem a necessidade de imersão em óleo.
Serão as fritadeiras a ar seguras?
Sim, muito seguras, se forem utilizadas corretamente, como qualquer método de confeção, seguindo as instruções e recomendações dos fabricantes e das receitas. Os principais receios vêm da possível produção de acrilamidas.
Estas são substâncias químicas que se formam durante processos de cozimento em altas temperaturas, como fritura, assar, grelhar ou torrar. Alguns estudos referem que níveis elevados e constantes de acrilamidas podem estar associados ao aumento do risco de desenvolvimento de cancros em seres humanos.
Elas são formadas a partir de reações químicas entre aminoácidos (especialmente a asparagina) e açúcares redutores (como a glucose e a frutose) presentes nos alimentos. Este processo é conhecido como “reação de Maillard”.
As acrilamidas encontram-se em muitos produtos que se consomem no dia-a-dia e com muita frequência, tal como café, pão, bolos, batatas, snacks embalados, piza, pipocas e muitos outros.
A alimentação moderna está repleta de acrilamidas e outros compostos potencialmente tóxicos, tais como:
- Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs): Formados quando a gordura presente em carnes ou peixe, entra em contato direto com a chama durante a grelha ou o churrasco.
- Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos heterocíclicos (HAPHs): Formados durante o cozimento de alimentos ricos em proteínas a altas temperaturas, como carnes grelhadas ou assadas, especialmente quando a gordura goteja sobre as brasas ou as chamas.
- Amónia: Pode ser produzida durante o cozimento de alimentos ricos em proteínas, como carne, aves e peixe, devido à decomposição de aminoácidos.
- Aminas heterocíclicas: Formadas durante o cozimento de alimentos ricos em proteínas a altas temperaturas, como carne, aves e peixe.
- Compostos nitrosos: Formados quando alimentos contendo nitratos ou nitritos são cozidos a altas temperaturas, como carnes curadas ou processadas.
Como vimos, estamos sempre em contacto com substâncias potencialmente perigosas, muitas delas mais tóxicas dos que as acrilamidas, como o caso dos HAPs e HAPHs.
É preciso utilizar o bom senso e a mesma medida para avaliar a relação risco/benefício de qualquer método de confecção.
Comparativamente ao forno convencional, o risco só depende das temperaturas utilizadas, tempo de exposição às mesmas e a eficácia da circulação do ar, o que é uma grande vantagem da Airfry.
Outra questão levantada é utilização de materiais de plástico, antiaderentes e alumínio. Relativamente a esta preocupação, o ideal é optar pelas marcas que oferecem mais garantias na seleção dos materiais, segurança e sustentabilidade. Há equipamentos para todos os orçamentos, e geralmente “obtém-se em conformidade com o que se paga”.
Existem ainda acessórios que se podem adquirir à base de silicone, papel vegetal e outros, que são 100% seguros e evitam o contacto dos alimentos com as cubas da Airfry, além de facilitarem muito a sua limpeza depois.
Conclusão
À medida que as preocupações com a saúde e o bem-estar continuam a crescer, as Airfryers emergem como uma solução inovadora para as cozinhas domésticas modernas. Com sua capacidade de oferecer refeições deliciosas e saudáveis com facilidade e conveniência, estes aparelhos estão a mudar a maneira como as pessoas pensam sobre preparação de alimentos.
Numa vida agitada, as airfryers podem permitir confecionar alimentos de forma rápida, saudável, saborosa e até económica. Ela permite cozinhar não apenas refeições principais como carne, peixe e legumes, como também uma grande variedade de receitas como omeletes, snack, pães e bolos.
Alguns modelos já possuem cubas que suportem líquidos e têm programas de cozedura lenta a temperaturas muito baixas.
À medida que a tecnologia continua a avançar, podemos esperar ver ainda mais inovações emocionantes no mundo das Airfryers, tornando-as uma parte indispensável de qualquer cozinha doméstica.
Eu adquiri a minha primeira Airfry no início de 2023 e revolucionou a forma como confecionamos as refeições cá em casa. Este ano vou adquirir um aparelho mais moderno, com mais funções, mais acessórios e maior capacidade.
Referências
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