Introdução
Conhece os tipos de gordura acumulada no nosso corpo ?
O acúmulo de gordura na região abdominal é uma característica associada ao aumento de mortalidade, sendo por isso importante saber o que é e como a evitar.
A maior parte da gordura no nosso corpo é considerada gordura subcutânea. Esta gordura fica logo abaixo da superfície da pele e é o tipo de gordura que se pode agarrar com a mão.
A gordura dentro e ao redor do abdómen é composta por gordura subcutânea e gordura visceral, mais conhecida como gordura abdominal.
A gordura visceral, ao contrário da gordura subcutânea, encontra-se fora do nosso alcance palpável, perto dos nossos órgãos, no fundo da cavidade abdominal.
Conteúdos deste artigo
Quais as diferenças ?
A localização da gordura no nosso corpo é influenciada por vários fatores:
- Género
- Idade
- Genética
- Hormonas
- Alimentação
- Actividade e estilos de vida
A gordura acumulada na parte inferior do corpo é subcutânea, enquanto que a gordura na região da barriga é gordura abdominal (visceral + subcutânea)
A gordura abdominal é muito comum em pessoas idosas porque a gordura corporal é redistribuída para a região abdominal durante o processo de envelhecimento. Em média, as mulheres em idade fertil têm metade da gordura abdominal dos homens, devido, em grande parte, à forma do corpo.
Mulheres: geralmente, tem mais gordura corporal total e percentual, este tecido é mais frequentemente localizado nas ancas e coxas devido ao seu corpo em forma de pêra.
Homens: têm naturalmente um corpo em forma de maçã e carregam o excesso de peso predominantemente na região abdominal.
As células de gordura
As células adiposas (células que armazenam gordura) fazem mais do que simplesmente armazena calorias extras. Estão muito mais envolvidas na fisiologia humana do que pensávamos no passado.
- O tecido adiposo funciona como um que emite hormonas e substâncias inflamatórias;
- As células adiposas abdominais são biologicamente muito ativas libertando hormonal como a leptina (reguladora da saciedade e gestão do metabolismo)
- A gordura visceral produz certos bioquímicos, chamadas de citocinas que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, tem efeitos prejudiciais na sensibilidade das células à insulina à insulina, à pressão arterial, e à coagulação do sangue.
- Servem de armazenamento não apenas de energia mas também de nutrientes lipossolúveis
- Armazenam ainda xenobióticos (toxinas) que o corpo não conseguiu transformar e eliminar.
Por esta razão, a gordura abdominal ou visceral em excesso está ligada a uma variedade de problemas de saúde.
Impacto da gordura visceral na saúde
É importante notar que duas pessoas com Índices de Massa Corporal (IMC) muito semelhantes podem variar substancialmente na proporção de gordura abdominal.
Ou seja, uma pessoa com um IMC considerado normal pode exceder os valores considerados seguros no que se refere à gordura abdominal. Apesar de ter peso normal, uma pessoa com gordura abdominal acima da média será considerada em risco de desenvolver problemas de saúde.
A gordura visceral tem sido associada a doenças metabólicas, ao aumento do risco de doença cardiovascular, AVC, diabetes tipo 2, hipertensão, má circulação, envelhecimento precoce, problemas hepáticos e renais, doenças neurodegenerativas, entre muitas outras.
A única maneira de diagnosticar definitivamente a gordura visceral é com uma tomografia computadorizada ou com uma ressonância magnética, mas estes são procedimentos caros e demorados.
Os métodos mais usados são:
- medir a circunferência da cintura e das ancas com uma fita métrica e dividir a medida da cintura pela medida das ancas. É excessivo se for igual ou maior de que 0,9 para homens, ou 0,85 para mulheres
- fazer uma avaliação corporal numa balança de bioimpedância
Apesar disso a maioria das pessoas conhece o seu corpo e consegue avaliar quando tem excesso de peso e gordura abdominal além do que seria normal.
O que fazer ?
A boa notícia é que a gordura visceral perde-se com facilidade se a pessoa estiver disposta a isso. Mas atenção, não foi armazenada gordura visceral de um dia para o outro e perde-la também demorará algum tempo.
Mas alguém que durante três meses se comprometa a mudar os seus estilos de vida, irá reduzir muito significativamente não só a sua gordura visceral mas também o risco de vários tipos de doenças. Além disso, torna-se sem dúvida numa pessoa mais saudável, com mais autoestima, motivada e disciplinada.
O que fazer ?
- Alimentação específica (e não, não é apenas cortar gorduras ou hidratos de carbono).
- Jejum intermitente ou restrição calórica com supervisão
- Atividade física numa combinação de exercício cardiovascular com treino de força
- Detetar e corrigir carências nutricionais se existirem
- Banhos de contraste
Atenção que fazer exercício isolado, como abdominais, pode tonificar os músculos abdominais, mas não vai eliminar a gordura visceral. E por muito desenvolvidos que estejam, estes músculos só serão visíveis quando perder a gordura abdominal.
Conclusão
Existem então vários tipos de gordura e sabemos agora que temos que nos preocupar essencialmente com a gordura localizada no abdómen, a gordura visceral. É esta que aumenta exponencialmente o risco para muitos tipos de doenças.
Mas as boas notícias são que, através de bons estilos de vida, consegue reduzir substancialmente a gordura abdominal e melhorar a sua qualidade de vida.
Se tem excesso de gordura abdominal não adie tratar dessa questão, e procure ajuda sobre como o fazer. Pode ser muito difícil fazê-lo sozinho pois vão surgindo alterações e resistências metabólicas.
Aceite que para mudar terá que fazer um compromisso, sobretudo consigo mesmo, para se manter coerente e focado, para a mudança acontecer.
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