Creatina – O que é e benefícios

Introdução

A creatina é um composto natural encontrado em alimentos como carnes e peixes, mas também é produzida pelo nosso corpo, principalmente no fígado, rins e pâncreas.

Mas seria necessário consumir grandes quantidades de carne e peixe para atingir a dose funcional de 3-5 gramas diárias recomendadas para suplementação.

Cerca de 95% da creatina no organismo está armazenada nos músculos esqueléticos, onde contribui para a produção rápida de ATP (adenosina trifosfato), a principal fonte de energia celular.

Estudos recentes destacam a sua presença em outros tecidos, como o cérebro, onde exerce funções energéticas e protetoras.

1. Benefícios Principais

1. Desempenho Muscular

  • Força e massa muscular: A creatina aumenta a capacidade de regenerar ATP durante exercícios de alta intensidade. Isso resulta em melhorias significativas na força e no crescimento muscular. Além disso, estudos comprovam que a creatina reduz a fadiga, permitindo mais repetições e maior intensidade durante os treinos.

  • Recuperação: A creatina ajuda a reduzir os danos musculares e a inflamação após o treino, acelerando a recuperação e diminuindo o risco de lesões.

2. Benefícios Cognitivos

  • Energia cerebral: Tal como nos músculos, a creatina apoia a produção de ATP no cérebro, melhorando a eficiência das funções cerebrais como memória, raciocínio e processamento de informações.

  • Doenças neurológicas: Pesquisas sugerem que a creatina pode proteger as células nervosas, sendo potencialmente útil em condições como Parkinson e Alzheimer, ao mitigar os danos oxidativos e melhorar a função mitocondrial.

  • Fadiga mental: Estudos indicam que a creatina ajuda a combater a fadiga cognitiva, especialmente em situações de privacão de sono ou elevado esforço intelectual, melhorando a concentração e a resistência mental.

3. Outros Benefícios

  • Saúde óssea: A suplementação com creatina tem sido associada ao aumento da densidade óssea, particularmente em mulheres pós-menopáusicas, ajudando a prevenir condições como a osteoporose.

  • Regulação da glicemia: A creatina melhora a captação de glicose pelos músculos, contribuindo para a estabilidade dos níveis de açúcar no sangue e reduzindo o risco de diabetes tipo 2.

  • Ação antioxidante: Ao proteger as células contra danos provocados por radicais livres, a creatina ajuda a combater o stress oxidativo e promove a regeneração tecidual.

2. Fontes Naturais de Creatina e Formas de Suplementos

A creatina pode ser encontrada em fontes naturais, tanto animais como vegetais, embora as fontes animais sejam significativamente mais ricas neste composto.

Alimentos como carne vermelha, frango e peixes, como salmão e atum, possuem as maiores concentrações de creatina. Por exemplo, 1 quilo de carne bovina ou salmão fornece cerca de 4-5 gramas de creatina.

Fontes vegetais contêm pouca creatina, sendo virtualmente inexistente em plantas. Isso torna a suplementação especialmente relevante para vegetarianos e veganos que podem ter reservas corporais reduzidas.

As formas de suplementos incluem principalmente o monohidrato de creatina, amplamente estudado e considerado o mais eficaz e seguro. Outras opções, como creatina micronizada, cloridrato (HCL) e éster etílico, também estão disponíveis, oferecendo alternativas com diferentes características de absorção e tolerância.

3. Como Utilizar

Protocolos de Suplementação

  • Fase de carga: Consumir 20 gramas por dia, divididas em 4 doses, durante 5-7 dias. Esta fase acelera a saturação das reservas musculares de creatina.

  • Manutenção: 3-5 gramas por dia para manter os níveis elevados de creatina nos tecidos.

Dicas Práticas

  • Tomar 5g por dia sem fase de carga: Estudos recentes mostram que a fase de carga não é obrigatória. Consumir 5 gramas diárias de forma consistente é suficiente para saturar as reservas musculares de creatina ao longo do tempo, sendo uma abordagem mais simples e igualmente eficaz.

  • Continuidade na suplementação: Para que a creatina seja eficaz, é essencial uma toma continuada, garantindo que os níveis permanecem elevados nos tecidos.

  • Timing: Embora possa ser tomada a qualquer momento, consumir creatina após o treino com uma refeição rica em hidratos de carbono e proteínas melhora a sua absorção.

  • Hidratação: A creatina aumenta a retenção de água nas células musculares, por isso é essencial manter-se bem hidratado durante o uso.

4. Efeitos Secundários

A creatina é amplamente considerada segura para a maioria das pessoas quando consumida nas doses recomendadas. No entanto, alguns efeitos secundários podem ocorrer, especialmente em casos de doses excessivas ou condições específicas:

  • Retenção de líquidos: É comum um aumento na retenção de água dentro das células musculares, o que pode causar um ligeiro ganho de peso. Mas isto é necessário para permitir a preservação muscular e capacidade de recuperação.

  • Desconforto gastrointestinal: Algumas pessoas podem experienciar dores de estômago, náuseas ou diarreia, especialmente durante a fase de carga, mas já existem fórmulas que minimizam estes sintomas.

  • Cãibras musculares: Relatos de cãibras são raros e geralmente associados a uma hidratação inadequada.

  • Danos renais ou hepáticos: Estudos indicam que a creatina é segura para indivíduos saudáveis, mas quem tem histórico de doenças renais ou hepáticas deve consultar um profissional para ajustar as formas de toma e dosagens.

No geral, a creatina é um dos suplementos mais estudados e seguros disponíveis no mercado, sendo os efeitos adversos geralmente leves e evitáveis com o uso adequado.

Conclusão

A creatina é um suplemento versátil, com benefícios comprovados tanto para o desempenho físico como para a função cognitiva.

Desde o aumento da força e massa muscular até ao suporte na saúde cerebral e prevenção de doenças metabólicas, a creatina destaca-se como uma opção acessível e eficaz para melhorar a qualidade de vida.

Consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação garante um uso adequado e personalizado.

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